Profissão Noel

Pobre Papai Noel. Vive em uma terra longínqua, distante. Convive com o frio e a imensidão branca diariamente. O sol não lhe trás calor, apenas luz, assim como a lua e as estrelas.

Nas partidas de futebol ele sempre fica encarregado da defesa, é goleiro, pois seus companheiros anões dificilmente superam a marca de 1,30m. E os jogos televisionados então, quando junta a galera na frente da Tv, o velho perde no quesito torcida. Flamenguista de vestir a cor vermelha todos os dias, sofre com as gozações da nação botafoguense formada por pingüins.

O Noel sofre. Você deve estar pensando "coitado do fofinho simpático". Pois é, engano seu.

Trabalha apenas um dia por ano. O verdadeiro batente fica por conta dos anões que analisam as traquinagens da garotada, para saber quem merece ou não os presentes. Os baixinhos montam a lista de toda a população infantil e, provavelmente, são mal remunerados.

Papai Noel não pega trânsito, seu trenó voa. No Pólo Norte a cerveja gela bem mais rápido, afinal ele precisa cultivar a pança. E já que falamos de aparência, o que dizer da pequena barba? Pelo visto a Mamãe Noel gosta.

Não paga imposto e, mesmo assim, não é preso. Possui passaporte para todos os países e não se perde quando dirige, pois conhece todos os pinheiros desse planeta e suas respectivas residências (ou o trenó possui GPS). Viaja e não precisa despachar mala, cabe tudo naquele bendito saco.

Além de "roubar" o dia de Jesus, e ser mais lembrado do que o mesmo, o bom e velho Noel deve ser eterno, pelo menos a Coca-Cola lhe deu a cor vermelha há milhares de anos atrás (e pensar que ele já foi azul). Após tanto tempo ele ainda aparenta estar na sua melhor forma.

Acredito que depois da publicação desse texto eu não ganharei mais minha bola quadrada. Também não sei se fui um bom garoto este ano. Muitas peraltices.

Porém, ao observar os fatos com a minha visão natalina além do alcance, talvez seja melhor dar presentes do que recebê-los. Papai Noel que o diga.

Feliz Natal Adiantado. E Feliz Hanucá ("Chanucá" para os íntimos).

Até logo, meus caros prósperos.