Primogênita

Tomado por uma saudade nos últimos dias, um sentimento saudável em alguns momentos e, em outros, um tanto quanto nostálgico, surgiu a necessidade de escrever esse post.

Ontem, precisamente, arrumei o meu guarda-roupa (sim, um milagre). Tal atividade cansativa me fez regressar nos meus tempos, todos eles, todos passados bem, mal ou na manteiga. Não vou me estender nesse assunto, pois pretendo escrever um outro post a esse respeito em breve.

Entretanto, achei um pedaço de papel. Palavras de eras longínquas. A minha primeira poesia e que foi lida por alguém. Não era um "poeta" antes disso, mas tinha versos rascunhados. Escrevi para algum trabalho da escola, acredito que há uns 6 ou 7 anos atrás. Acho que ficou pendurada em um varal de poesias. E guardo até hoje, ou melhor, estava perdida até ontem.

Enfim, não é nada demais. Mas pode ter sido o começo de algo. Foi uma poesia inspirada no livro, ou conto, Morte Vida Severina. Não lembro dessa história, só lembro que escrevi assim:

Eterno Sofrimento

Espera
o tempo
a esperança
que não
morre
Família sofredora
de pais
trabalhadores
de crianças
sem
escola
Morte
e Vida
Severina
Família retirante
de
sangrenta batalha
sofrimento
incomparável
de dor
insuportável
de
humildade
sem igual,
mas de
esperança no olhar
de um dia
a chuva chegar
talvez uma ilusão,
agonia que
explode no coração.
O tempo passará,
mas a esperança

nunca morrerá,
mesmo com

a lágrima escorrendo no olhar.

Tentei formatar do jeito original, porém não consegui deixar alinhado perfeitamente. A intenção de anos atrás era centralizar todos os versos na letra "E", iniciando pelo título (espero que tenham reparado que todos os versos possuem essa letra). Infelizmente, aqui, não deu certo.

Pensando agora, acredito que não foi à idéia inicial de uma mente de ensino fundamental, porém a letra "E" sempre me passou um sentimento de continuação. Isso me lembra "esperança", algo que as pessoas, que serviram de inspiração para essa poesia, tinham de sobra. Sentimento que não será enterrado.

Confesso que essa poesia apareceu no momento exato, pois passo por um momento de falta de inspiração para poesias. Perdão pelas lacunas dos últimos e, talvez, próximos posts. Quem sabe isso seja um bom sinal. Ano novo, inspirações novas.

Inté queridos leitores.