segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Velho

Arrumar o guarda-roupa não é apenas uma tarefa, um pedido de mãe, é algo maior. Um jogo de mais e menos, muita coisa amarrotada em um pequeno espaço. O trabalho é árduo e exige frieza, porque você brinca com o tempo e suas emoções. O tempo para arrumar tudo e o tempo que te arruma à vida.

É preciso um momento de concentração, pois o guarda-roupa não será aberto para uma simples visita, colher roupas ou depositar objetos. Serão longas horas e ele permanecerá aberto. Trata-se do portal para uma viagem no tempo.

Os verbos que até agora usei nesse post são do tempo presente ou futuro como se a ação estivesse sendo feita nesse exato momento ou ainda seria realizada. Porém, nada mais justo falar do passado com os verbos que estão lá, de outros tempos. Arrumar o guarda-roupa é uma tarefa que já foi concretizada, como acredito ter escrito em algum post anterior.

Roupas jogadas, livros empilhados, papéis amassados. Objetos de dias, meses, anos, que não lembrava que ainda existiam. Chapéus, brinquedos, morcegos e uma padiola. Encontrei até o "X" do mapa. Tudo e mais um pouco.

Muitas coisas que me fizeram sorrir. Fotos da minha velha infância, tão nova. Várias amizades que estiveram comigo e, algumas, sobreviveram até hoje. Cifras e letras de músicas que passaram pelas cordas do violão e cordas vocais. Presentes de quem se importou um dia e que fiz questão de guardar, o que geralmente faço (dentro do possível). Apesar do clichê, a intenção vale muito.

Abri a Caixa. Uma caixa de sapato, velha e sem sapato. Com cartas, não muitas, ou outras coisas que quis guardar lá dentro. Cartas com palavras que foram marcantes no seu tempo, no seu momento. Importantes ou "modinhas". Cartas que já riram ou choraram comigo.

Revirar o guarda-roupa e relembrar o meu passado também é resgatar o passado de outros. Observar o seu pretérito perfeito ou imperfeito é dar um "olá" a um pequeno autor de um futuro blog e a seus colegas, amigos, paixões e alguns amores. Passados não mais presentes ou passados que ainda geram futuro.

Na vida você guarda muitas coisas e joga fora muitas outras. É possível se arrepender, em ambas ações, e aprender com tudo que já passou. Entretanto, aquilo que fica é o que sempre deveria estar. Como no seu guarda-roupa.


P.S => este blog deve ficar paralisado por alguns dias, mas não se preocupem, ele não morreu. Muito menos o autor. O escrivão aqui só vai ficar ausente por um tempo. Uma pequena viagem necessária, espero que me ajude com inspirações e expirações para os textos de 2008.

Boa virada de ano, de vida ou de copos.

Inté Meus Queridos Leitores.

3 comentários:

Mar e Ana disse...

Legal q eu fui lembrando d quando eu arrumo o meu guarda roupas... umas duas vezes por ano eu faço A limpa no quarto todo e jogo milhaaares d coisas fora e ultimamente, tem lembranças q eu to jogando fora sem dó, pra preservar outras mias interessantes...

Adorei o texto, falou e disse amigo! (Mais clichê, impossível, mas tá valendo, quem foge disso?)

:*

e boas viradas d ano, copos e vida pra voce!

Anônimo disse...

Ah, eu nao vou aguentar ficar ateh o ano que vem sem te ver...

Não mesmo.

Alessandra Castro disse...

Eu sempre fico triste com essas coisas, serião, o passado me entristece de uma forma violenta mesmo. Por isso q é melhor deixar essas tarefas p/ tia q toma conta da casa.

Beijos e boa viagem.