Final de ano. Momento de escolher como e onde passar os dias que antecedem a virada no calendário cristão. Como bom desbravador da metrópole paulistana resolvi me aventurar em um local com muita gente, variedades e dinheiro. O supermercado.
Na verdade não tive muita escolha, acabou o papel higiênico e minha família contava comigo. Em tempos normais seria uma questão de minutos, porém nessa época de festas, na qual todos os paulistanos deixam as compras para a última hora, deslumbrei-me com a visão do apocalipse.
Muitas pessoas esqueceram o clima natalino do lado de fora do mercado. Era um trânsito de carrinhos lotados e uma briga de mãos pelos produtos nas prateleiras. Parecia uma preparação para um furacão ou bombardeio nuclear.
Desloquei-me aos trancos e barrancos até o corredor desejado. Peguei rapidamente o produto, antes que minha mão fosse decepada, e me dirigi ao caixa. Estava no final do corredor, mas não precisei andar muito, pois as filas dos caixas estavam invadindo os corredores.
Filas enormes. Visto de cima aquilo deveria estar parecendo um labirinto, só que sem paredes ou plantas mágicas (como naquela competição do Harry Potter de algum dos livros), apenas prateleiras, produtos e pessoas mal humoradas. Um calor insuportável. O tempo não passava e a fila andava a passos de formiga. Uma orquestra de sons cantados pelos leitores de códigos de barra dos caixas brindava aquela noite festiva.
Enfim, depois de horas, quem sabe dias, aproximava-me do caixa. Quando meus olhos já lacrimejavam de felicidade meu mundo simplesmente desabou. Avistei a desgraça em um pedaço de plástico, de aproximadamente 30 centímetros, com as seguintes palavras em destaque: "Caixa Fechado".
É incrível como um bando de pessoas consegue migrar de uma fila para outra em segundos. O mais incrível é que você sempre é o mais lento.
Depois de muitas outras horas e xingamentos, faltava apenas uma pessoa a minha frente. Sua conta havia dado R$ 10,98. Ela pagou com 15 reais e recebeu outros 4 reais de troco. Em outra ocasião isso não teria gerado nenhuma intriga, mas era final de ano, época em que tudo deve ser resolvido.
A cliente a minha frente fez questão de reivindicar os dois centavos pendentes, o que causou um falatório de pessoas impacientes. Ela não estava errada, afinal receber os dois centavos era um direito seu, incontestável. "Se todos deixarem passar os centavos, o mercado enche o bolso... falta de respeito com o consumidor", lembro bem dessa frase dita um pouco antes da atendente do caixa conseguir, com muito sacrifício, duas moedas de um centavo.
Acredito que o mercado lucrou mais do que deveria com o meu pagamento, mesmo que tenha sido apenas centavos, porque não esperei troco nenhum.
Não duvido que se tenha iniciado uma batalha épica naquele estabelecimento. Seja pela disputa de produtos em extinção ou pelas discussões a respeito da política financeira do supermercado. Entretanto, minha única certeza é que 2008 é o ano do estoque.
Inté queridos.
Na verdade não tive muita escolha, acabou o papel higiênico e minha família contava comigo. Em tempos normais seria uma questão de minutos, porém nessa época de festas, na qual todos os paulistanos deixam as compras para a última hora, deslumbrei-me com a visão do apocalipse.
Muitas pessoas esqueceram o clima natalino do lado de fora do mercado. Era um trânsito de carrinhos lotados e uma briga de mãos pelos produtos nas prateleiras. Parecia uma preparação para um furacão ou bombardeio nuclear.
Desloquei-me aos trancos e barrancos até o corredor desejado. Peguei rapidamente o produto, antes que minha mão fosse decepada, e me dirigi ao caixa. Estava no final do corredor, mas não precisei andar muito, pois as filas dos caixas estavam invadindo os corredores.
Filas enormes. Visto de cima aquilo deveria estar parecendo um labirinto, só que sem paredes ou plantas mágicas (como naquela competição do Harry Potter de algum dos livros), apenas prateleiras, produtos e pessoas mal humoradas. Um calor insuportável. O tempo não passava e a fila andava a passos de formiga. Uma orquestra de sons cantados pelos leitores de códigos de barra dos caixas brindava aquela noite festiva.
Enfim, depois de horas, quem sabe dias, aproximava-me do caixa. Quando meus olhos já lacrimejavam de felicidade meu mundo simplesmente desabou. Avistei a desgraça em um pedaço de plástico, de aproximadamente 30 centímetros, com as seguintes palavras em destaque: "Caixa Fechado".
É incrível como um bando de pessoas consegue migrar de uma fila para outra em segundos. O mais incrível é que você sempre é o mais lento.
Depois de muitas outras horas e xingamentos, faltava apenas uma pessoa a minha frente. Sua conta havia dado R$ 10,98. Ela pagou com 15 reais e recebeu outros 4 reais de troco. Em outra ocasião isso não teria gerado nenhuma intriga, mas era final de ano, época em que tudo deve ser resolvido.
A cliente a minha frente fez questão de reivindicar os dois centavos pendentes, o que causou um falatório de pessoas impacientes. Ela não estava errada, afinal receber os dois centavos era um direito seu, incontestável. "Se todos deixarem passar os centavos, o mercado enche o bolso... falta de respeito com o consumidor", lembro bem dessa frase dita um pouco antes da atendente do caixa conseguir, com muito sacrifício, duas moedas de um centavo.
Acredito que o mercado lucrou mais do que deveria com o meu pagamento, mesmo que tenha sido apenas centavos, porque não esperei troco nenhum.
Não duvido que se tenha iniciado uma batalha épica naquele estabelecimento. Seja pela disputa de produtos em extinção ou pelas discussões a respeito da política financeira do supermercado. Entretanto, minha única certeza é que 2008 é o ano do estoque.
Inté queridos.
4 comentários:
Q caos!
Q placa maldita!
Q mulher odiosa!
Q calor insuportável q devia tá lá dentro! (E realmente, tava...)
Q fila! q aaaaaaaaaaaafffffffffff pela mooooooooor de Deus!
Eu lembrei daquele monte de gente no mercado, brigando pelas ultimas garrafas de coca-cola e de água!!!
Supermercado em fim de ano só se for os 24 horas as duas da manhã, q tal? :D
A D O R O te ler!
:****
Cara,
passei pelo mesmo nesse final de ano. E pior! Na véspera do ano novo! E no Guarujá! Sorte que eu estava em boa companhia...
Diferenças entre homens e mulheres. eu pelo menos me divirto horrores no supermecado. Claro q a fila é um saco, mas não deixa de ser divertido perambular por corredores cheios de comidas e bebidas.
no começo vai indo. as palavras vão desenrolando, fluindo...previsível, tédio.
Bin
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