Devore os livros

Há muitos e muitos anos atrás, muito menos do que a idade do Dr. Chapatin, eu era uma das milhões de crianças que começava a dar risada com um menino pobre, um herói do terceiro mundo e toda sua trupe.

Chaves e Chapolin, sucessos da TV brasileira, foram séries que construíram o meu bom humor, moldaram as minhas piadas (cretinas) e, acima de tudo, ensinaram-me que a resposta para a pergunta “se eu tenho 4 laranjas maças e como uma, quantas me restam?” é muito fácil.

Entretanto, o objetivo deste post não é tratar diretamente das séries, mas sim de dois livros que já fazem isso muito bem.

Em meados de 2005, o livro “Chaves - Foi sem querer querendo?” foi lançado pela editora Matrix e ganhou um cantinho na estante de muitos fãs.

Tudo começou em 2003, quando os “três demônios”... digo, os três alunos Luís Joly, Fernando Thuler e Paulo Franco resolveram fazer um livro-reportagem sobre o Chaves, para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de jornalismo da UniFIAM, orientados pelo jornalista e escritor Marcello Rollemberg.

Simplesmente o trabalho final que muitos de nós gostaríamos de ter feito, mas não fizemos. Logicamente, por se tratar de uma obra prima, o grupo ganhou uma nota 10 da banca e estrelinhas para colar na testa, com chicle.

O livro, que já está em sua 5° edição, conta histórias e curiosidades sobre a série Chaves, como tudo começou, a imaginação de Roberto Gómez Bolaños, casos e fatos da vida dos atores, a vinda para o Brasil, as adaptações dos dubladores (verdadeiros heróis), a batalha pelo ibope, que todos devem pagar seus impostos, etc.

O final do livro, quando fala de cada ator, personagens, frases características e diálogos, foi o que deu corda para o segundo livro, pelo menos foi essa a impressão.

“Chaves & Chapolin – Sigam-me os bons!” foi lançado pela mesma editora em 2006, mas não contou com Paulo Franco, porque ninguém teve paciência com ele.

Um livro tão imperdível quanto o primeiro, mas já considero um material mais para fãs mesmo. Dentre muitas informações, traz um guia dos episódios, quase 600 perguntas de ambas as séries e as cifras das belas canções.

Para comprovar a veracidade das informações coletadas, os pesquisadores do Meu Querido Blog foram atrás de algumas fontes sapecas. Descobriu-se que os autores entrevistaram Edgar Vivár, ao vivo e em cores, o saudoso Sr. Barriga. Além disso, conversaram por telefone com Maria Antonieta de lãs Nieves (Chiquinha), Carlos Villagrán (Kiko) e o engenheiro Camin, chamando-o de "cabeça de bagre". E tiveram aquele papo com a assessoria de Bolaños.

Ambos os livros são muito bons e, mesmo sendo um fã de longa data dos seriados, descobri muitas coisas novas e recriei na minha mente várias cenas marcantes. São livros que não deixam você esconder o sorriso enquanto lê e as gargalhadas são inevitáveis.

Uma característica muito boa dos dois livros, créditos aos autores, foi a maneira de escrever. Uma linguagem leve e sempre associada ao humor das séries, com jargões e piadas inseridas no meio do texto.

Ainda não terminei de responder ao questionário do segundo livro, porque estou conferindo as respostas com ajuda de minha moeda. Porém, já os devorei e enquanto tiver os livros na mão, serei gente de bem.

Resumindo, os dois são supimpas e o MQB recomenda muito.

Inté.