Neil Gaiman e seus filhos com Anansi

Tudo começou ano passado. Viajei com alguns queridos para a FLIP (Feira Literária Internacional de Parati - RJ), que ocorreu entre os dias 2 e 6 de julho, para curtir toda aquela ambientação.

Um dos queridos que viajou comigo (não vou divulgar o seu nome, então vamos chamá-lo de "T. White") buscava um autógrafo do Neil Gaiman e, solidariamente, fiquei ao seu lado na fila, esperando o grande autor que eu mal conhecia. Fomos os primeiros a cumprimentá-lo e arranhei um inglês enquanto ele autografava o livro do T. White.

Muitas pessoas conhecem primeiro a obra para depois chegarem ao autor. Resolvi inovar e conheci Neil Gaiman antes de ler qualquer coisa dele. Para quem não sabe, ele escreveu, entre outros, "Deuses Americanos" e "Belas Maldições" (este em parceria com Terry Pratchett), além da criação do famoso "Sandman" (quadrinhos).

Para matar minha curiosidade, T. White me emprestou o livro "Os Filhos de Anansi". Chegamos ao assunto do Críticas Impagáveis de hoje.

O livro conta a história de Charles Nancy (apelidado de Fat Charlie), um jovem de vida mansa, que namorava uma guria simpática e tinha uma relação desagradável com papai. O que ele não sabia é que seu pai era Anansi, o trapaceiro deus-aranha. Também não imaginava que tinha um irmão e que ele podia causar uma grande dor de cabeça. Para desvendar os enigmas e resolver os problemas, Fat Charlie precisaria dar um pulinho no mundo dos deuses.

Toda essa "viagem" é baseada na lenda africana de Anansi (Ananse), o Homem Aranha. Basicamente, houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, porque todas pertenciam a Nyame (Deus do Céu). Porém, Anansi conseguiu comprá-las, desde então, todas as histórias passaram a ser de Anansi. Há uma contradição com o livro, pois lá as histórias são do Tigre, mas nada que atrapalhe o desenrolar das páginas.

Ainda preciso ler "Deuses Americanos", mas Neil Gaiman já me cativou com "Os Filhos de Anansi". Um mundo de magia muito bem contado pelo autor, que usa uma linguagem simples e bem divertida. Literatura agradabilíssima, que recomendo a vocês. Quente.

Agora sim, tenho orgulho de ter apertado a mão de Neil Gaiman e sei o motivo daquela fila de autógrafos estar tão grande.

Inté.