Bombardeio Cultural

No último fim de semana ocorreu a "Virada Cultural" em São Paulo. Vários eventos, shows, apresentações, amostras e tudo que há de bom, espalhados pela cidade. Uma grande festança para todos os gostos que durou quase dois dias ininterruptos e, o melhor, era grátis.

O leque de opções era não grande e diversificado que eu não sabia para onde correr, mas, como eu estava precisando de música, resolvi focar nos shows.

Eu não fui à Virada do ano passado, então é difícil fazer comparações e dizer se estava melhor ou pior. Na minha opinião a estrutura era muito boa: grandes palcos bem localizados, fechamento de ruas para o trânsito exclusivo de pessoas, boa qualidade de som dos shows, etc. Não posso falar de muitas coisas, pois andei apenas pela região da República, onde aconteceram os maiores shows.

Acredito ter ouvido que foram mais de 4 milhões de pessoas na Virada Cultural, ou seja, um número absurdo. Era gente que não acabava mais. Dessa vez, ao contrário do que fiquei sabendo do evento do ano passado, eu, particularmente, não vi grandes discussões ou brigas. Claro que houve faíscas e alguns inícios de confusão, mas as pessoas envolta conseguiam apaziguar e a polícia estava reforçada para qualquer tumulto.

Agora os shows. Assisti Zé Ramalho (0h00), Paul Di'Anno (1h00), Mutantes (3h00) e Falamansa (5h00). Todos eles na madrugada de sábado para domingo. No domingo fiquei em dúvida entre Jorge Ben Jor e Ultraje a Rigor, que eram no mesmo horário (18h00), fiquei com o segundo.

Notem a grande diversidade de estilos, tanto que os palcos eram diferentes. Havia o de Rock, MPB, Meninas (só apresentações de mulheres), etc. Sendo que esses shows aconteciam ao ar livre e, muitos deles, eram no meio das avenidas.

Zé Ramalho é incrível, pena que eu fiquei por pouco tempo devido ao número de pessoas circulando naquela região. Além de estar muito, mas muito mesmo, longe do palco, o povo não parava de passear e eu era levado de um lado para o outro. Gosto de shows animados, mas me preocupa quando deixo de respirar.

Logo em seguida teve Paul Di'Anno, que eu não fazia a menor idéia de quem era. Graças ao conhecimento musical de minha guria, descobri se tratar nada menos do que o ex-vocalista do Iron Maiden.

Fazia tempo que eu não escutava esse estilo de rock. Foi um show legal, mas levei muitos empurrões e cotoveladas. Como estava relativamente perto do palco e com uma visão privilegiada, precisei proteger meu território. E o pior, os roqueiros não se contentam em pular. Show sem balançar a cabeleira e "bate-cabeça" não é show. Nada contra esses queridos, afinal, com o perdão da palavra, rock é foda, porém não precisavam me agredir.

Mutantes foi minha decepção. Já não era muito chegado e fiquei longe dos artistas, na verdade não consegui nem vê-los, porque tinham várias caixas de som que tapavam a minha visão. Isso me fez ficar pouco tempo ali e logo fui para meu último show da madrugada.

O Falamansa demorou a entrar. O que de certa forma foi bom, pois o lugar que fiquei era privilegiado, alguns palmos do palco. Nesse momento vocês se perguntam "Pô querido! Falamansa? E ainda pertinho do palco? Que que foi, que que foi, que que há". E eu respondo queridos: "forró com guria é quente". Com o meu nível de cansaço eu esperava um som mais "manso", contudo aquele pessoal sabe animar um show, o que fez me agitar mais que liquidificador.

Dormi pouco e ainda tive ensaio de bateria da faculdade. Não tinha forças para mais uma empreitada cultural, mas lá fui novamente.

Jorge Ben deve ser muito legal, quem sabe na próxima. Aquela concentração de pessoas, mais apertado que a estação Sé do metrô em horário de pico, incomodava. E a outra atração, no Palco Rock, era nada mais nada menos que Ultraje a Rigor. Grandes sucessos das antigas foram relembrados e meu território foi respeitado dessa vez. Um ótimo show, para mim o melhor daqueles que assisti.

Concluindo a Virada Cultural é um grande evento. Não só pela grandiosidade e por ser tudo gratuito, mas também por reunir diferentes culturas e respeitar os diversos estilos. Você curte um fim de semana sem gastar muito e podendo variar a diversão sem se deslocar muito.

Apesar do cansaço me diverti mais do que esperava. E a companhia ajudou também.

Inté queridos!